Eu busquei meu propósito por muito tempo,

olhava para o meu horizonte na vida e não conseguia ver nada àquela distância tão longe.

Isso me torturou por muito tempo, às vezes parecia que nunca iria passar. Várias coisas me encantavam, me interessavam, e eu achava que tinha que fazer tudo, mas muitas dessas coisas eu nunca cheguei a terminar, e provavelmente nem vou chegar.

Então comecei a trabalhar numa outra questão interna, para que eu não procurasse capturar as coisas para mim, pois quando eu via uma ilustração feita à lápis, daquelas hiper-realistas, o que eu queria era incorporar aquilo e ser capaz de fazer igual. Mas como eu não sou um desenhista, nem me dedico a isso, eu nunca iria ficar bom o suficiente nisso. E o clique foi quando percebi que eu poderia só contemplar o trabalho de alguém.

Gostar de fazer algo é absolutamente diferente de gostar de consumir algo.

Então eu comecei a olhar de perto, com lupa, demoradamente, e perceber os detalhes, e saber ou teorizar como funciona aquilo na cabeça de que criou, mas numa distância “segura” suficiente para não querer me enveredar em produzir algo semelhante.

E não exagero quando digo que tentei de tudo, incluindo marcenaria, desenho, pintura, guitarra, fotografia, e tantas outras coisas que seria quase impossível listar aqui.

A minha paz a respeito disso, veio exatamente quando eu defini um objetivo mais próximo no horizonte, e procurei identificar o que mais me dá prazer quando eu estou fazendo algo, e descobri que servir é algo que me dá muito prazer, e servir ensinando, mostrando um caminho, usando o download de minhas experiências, vivências, estudos, livros e pontos de vista baseados em constatações de algo real que presenciei, e que poderiam fazer alguém crescer.

Aí as brumas se dissipam e você vê um ponto de referência objetivo no horizonte. E você só precisa caminhar naquele sentido, e se um dia você chegar nele, a visão será diferente daquela que você via no começo, e então você pode marcar outro objetivo no horizonte, e rumar para ele.

Creio que minha maior descoberta nesse processo todo, tenha sido experimentar o que eu já dizia para muitas pessoas, e que pude sentir em mim, com muita força e profundidade, que é aquele prazer em mostrar o caminho para as pessoas, e vivenciar isso como meu real propósito.

Eu não consigo ficar calado se há um momento onde eu posso colaborar, para apontar algo que o outro não vê ainda, e sinto imenso prazer quando isso se revela e a pessoa claramente percebe o novo.