Garota pobre, negra passa em 1º lugar no curso mais concorrido do vestibular brasileiro.
Mas eu não gosto desse título, prefiro assim:
Primeiro lugar no vestibular mais concorrido do Brasil é de uma garota que estudou na rede pública.
É uma notícia da Folha de São Paulo, que pode ser lida no link ao final desse post.
A garota que passou e tem meus parabéns, com muita honra e mérito, disse a seguinte frase em sua rede social: “A casa-grande surta quando a senzala vira médica.”
E eu acho isso muito triste. Não ela ter passado e estar comemorando, mas aceitar o “papel” de senzala… E eu acho que ao invés de comemorar porque ela é foda, ela acha que precisa comemorar porque “derrotou” a casa-grande, como ela diz.
Somos pessoas iguais, precisamos ter mentalidade de iguais. O conceito é complexo, mas é esse o teor.
Eu queria escrever muita coisa a respeito do que penso disso, mas estou sem tempo, e não queria deixar passar a notícia em branco. Então vim escrever algo e deixar registrado o que penso.
Nasci numa família pobre, comecei a trabalhar aos 14 anos de idade, tive uma vida extremamente difícil, estudei em escolas públicas, aquela merda de sempre… Apesar de achar que antes o ensino público era um pouquinho melhor. E nunca me vi diferente dos playboys que andavam com seus tênis caros (que eu desejava, claro) e suas camisetas de grife. Mas eles eram iguais, e diferente de alguns colegas meus na época, eu não os odiava, eu achava alguns deles até bem estúpidos, mas eles eram meninos como eu.