Eu não sou católico, mas não descarto conteúdos bons, principalmente aqueles que fazem a gente refletir, seja de qualquer religião. Não me interessa a fonte, se o conteúdo é bom, eu consumo. Isso acontece muito com escritores e músicos de esquerda por exemplo, onde fazem letras de músicas ou livros que são verdadeiras obras primas, e que fazem questão de colocar um viés político meio que “escondido” nas entrelinhas. E, apesar de eu achar isso uma filhadaputice, se o conteúdo é bom, eu uso do meu alarme para vieses ideológicos e consumo numa boa. Mas política aqui não é o mote de hoje… o mote de hoje é:
A inutilidade e o amor
Ter que ser útil pra alguém é uma coisa muito cansativa. É interessante você saber fazer as coisas, mas acredito que a utilidade é um território muito perigoso porque, muitas vezes, a gente acha que o outro gosta da gente, mas não. Ele está interessado naquilo que a gente faz por ele. E é por isso que a velhice é esse tempo em que passa a utilidade e aí fica só o seu significado como pessoa. Eu acho que é um momento que a gente purifica, né? É o momento em que a gente vai ter a oportunidade de saber quem nos ama de verdade.
Porque só nos ama, só vai ficar até o fim, aquele que, depois da nossa utilidade, descobrir o nosso significado. Por isso eu sempre peço a Deus para poder envelhecer ao lado das pessoas que me amem. Aquelas pessoas que possam me proporcionar a tranquilidade de ser inútil, mas ao mesmo tempo, sem perder o valor.
Quero ter ao meu lado alguém que saiba acolher a minha inutilidade. Alguém que olhe pra mim assim, que possa saber que eu não servirei pra muita coisa, mas que continuarei tendo meu valor.
Porque a vida é assim, fique esperto, viu? Se você quiser saber se o outro te ama de verdade é só identificar se ele seria capaz de tolerar a sua inutilidade. Quer saber se você ama alguém? Pergunte a si mesmo: quem nessa vida já pode ficar inútil pra você sem que você sinta o desejo de jogá-lo fora?
É assim que descobrimos o significado do amor. Só o amor nos dá condições de cuidar do outro até o fim. Por isso eu digo: feliz aquele que tem ao final da vida, a graça de ser olhado nos olhos e ouvir do outro: “você não serve pra nada, mas eu não sei viver sem você”.
Esse texto é atribuído ao Padre Fabio de Melo, mas eu não consegui verificar a autenticidade desta autoria, se você tem alguma informação que fundamente isso, por gentileza me transmita, para que eu possa colocar o crédito devido ao conteúdo.